Aldeia cujo nome mudou de Paio de Pele nos idos anos 20 do século passado, para o actual - PRAIA DO RIBATEJO.
Porquê este nome? Não sei muito bem, mas terá a ver com o imenso areal que vê passar ambos os rios Zêzere e Tejo. Na década de 80 era uma praia fluvial muitissimo frequentada pela população local e pelas dezenas ou centenas de militares que ali faziam a recruta. Estou a falar da Escola Prática de Engenheiria, Paraquedistas e Força Aérea - Base nº 3.
Fica perto de Constância e a 2 passos do Castelo de Almourol.
Para quem gosta de caminhadas e pescarias ou simplesmente de descanso, é o ideal.
O café Estrela é o centro da terra, que igualmente tem estação ferroviária e pelo menos dois albergues - o 19 e o prédio da policlinica. A igreja matriz fica em frente a um palacete cor de rosa - A Coruja. Actualmente é habitada por crianças carenciadas.
A Galiana é, ou melhor, foi lugar de lavadeiras e até hoje os tanques permanecem no local debaixo de um telhado de zinco.
O Chico é o restaurante de beira de estrada mais afamado da terra e não esqueçamos o Pereira, o Zig Zag, o café do armando, o café do lima, o Delícias e o café do Bruno Santos - deve ser a aldeia com mais cafés por m2.
De resto, todos os serviços considerados básicos, existem nesta pequena terra, inclusivamente uma biblioteca pública e uma farmácia
Foi a madeira que a fez crescer nos finais do séc XIX, já que se produziam os derivados nas serrações perto da estação. Ainda hoje se podem ver as "ruínas" destes edifícios, muitos deles, embora vandalizados, têm no seu interior maquinaria daquele tempo.
A minha avó, Elisa Alves e o meu pai, José Santos muitas vezes me explicaram o processo da vinda e recolha dos trocos de madeira até às máquinas: os troncos vinham rio Tejo abaixo e eram apanhados com grandes redes nas margens da Praia do Ribatejo. As famílias dententoras destas empresas eram os Vieira da Cruz e os Cruz, comunmente apelidados de "Cruzes".
Uma das coisas mais agradáveis desta minha terra é que se cumprimentam todas as pessoas ao passar por elas, quer as conheçamos quer não. Um desafio às pessoas das grandes cidades, que quando dizemos "Bom Dia" no autocarro ou no ginásio, ficam a olhar para nós com aquele ar - "conheço?"; "estará louca?"; "vai pedir qualquer coisa..."
Não, não, não, é só uma questão de educação e simpatia, nada de mais.