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Todos os dias esbarramos com ignorantes.
Ignorantes de espírito, de palavra, de saber.
Hoje foi um desses dias em que a ignorância dos outros, a ausencia total de conhecimento dos meus interlocutores me acorrentou e fez esperar.
Esperar.
Esperar o quê e para quê é o que eu agora me pergunto e cuja resposta não sai.
Estou acorrentada.
Aliás, analisando bem, de quando em vez, fico acorrentada a qualquer coisa que não sei bem explicar nem porquê, nem como, mas fico.
E espero como um felino espera a desatenção da sua presa.
Gosto de ouvir as histórias, lamentos ou boas novas dos outros, e faço-o sem desdém, faço-o com prazer de poder escutar sem preconceitos, sem limitações, sem rotular a história. Uma forma saudável de conhecer o ser humano que é tão especial e diferente em cada momento da sua vida.
O que é engraçado é que eu também sou esse ser humano e também quero ser ouvida e também quero contar histórias.
Mas sei que os meus interlocutores vêm-me como aquela pessoa forte, sem problemas, de bem com a vida, um pouco até misteriosa, que não precisa de nada disso.
Acorrentada.
Porque também quero gritar.
Porque também quero aconchego.
Porque também sou apenas um ser humano.
Porque também quero aquilo que todos querem.
Acorrentada.
Porque ninguém percebe isso.
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