Quando guiamos muito e passamos sempre pelos mesmos lugares, a nossa cabeça também viaja...não os mesmos caminhos percorridos pelo nosso carro, mas por outras paragens bem mais fertéis em matéria de imaginação e criatividade.
Sonhos!
Hoje saiu-me este.
Deviamos estar em 1985 ou 1986 e vivia em Campo de Ourique.
Nunca me esqueci daquela época natalícia em que os filmes que passavam me despertavam tanta atenção como emoção.... ainda hoje acontece.
Pode-se dizer que entro literalmente dentro da película e vivo-a abstraída de tudo o que acontece mesmo ao meu lado.
Particularmente sensível aquele ano.
Tanto, que um breve filme acerca de uma efemera ou libelinha, não me lembro muito bem, me fez chorar como uma "Madalena arrependida"!
Ficou-me na memória um pequeno riacho com algumas rochas, onde se viam a fêmea e o macho a acoplar.
Antes, via-se todo o percurso de vida do insecto macho desde a sua nascença, como se apaixonou e como morreu após acoplar.
A cena da sua morte foi terrível....via-se o pequeno insecto em cima de uma rocha no meio do rio, inerte.
Decidi, em memória desse filme da National Geographic, falar um pouco destes insectos, onde o mais curioso, sem dúvida é a posição de acoplação.
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"Apesar das várias denominações vulgares, como lavadeira, cavalinho do diabo, pito, e canzil, seu nome mais comum, libélula, pode ter-se originado dos termos latinos, libellulus, o diminutivo de livro (liber), devido à semelhança de suas asas com um livro aberto, ou libella, que significa balança, e aí o movimento de suas asas, que oscilam levemente durante o vôo, daria respaldo a esta interpretação.
Graças ao fantástico aparelhamento biológico que possui, uma libélula consegue planar, o que é impossível para a maioria dos insetos alados.
Enquanto uma abelha vibra suas asas 4 vezes por segundo e muitos mosquitos imprimem até 8 batidas, a libélula bate suas asas 50 vezes por segundo.
De acordo com a espécies, o tempo de vôo pode variar de dias, como ocorre com as espécies migratórias que possuem asas mais largas e conseguem planar nas correntes aéreas, a alguns minutos por dia.
Em média, elas se mantêm voando por 5 a 6 horas diariamente. O absoluto controle de vôo da "demoiselle" (senhorita, como a libélula é chamada pelos franceses), inspirou o brasileiro Alberto Santos-Dumont na criação de seu modelo mais bem sucedido:
o Demoiselle. Irrequieta, voando incessantemente, planando, dando rasantes, subindo ou pousando como um helicóptero, a libélula parece ter sempre muita pressa.
E motivos não faltam para isso. Toda libélula está sempre vivendo o ponto culminante de sua vida e não tem tempo a perder.
Deve procurar parceiros e acasalar em um prazo máximo de dois meses, tempo entre sua última metamorfose, quando de larva se transformou em libélula, e sua morte, que corresponde, em algumas espécies, a menos de 10% de seu tempo total de vida."
In http://br.answers.yahoo.com - Helda
"A vida de uma libélula ou libelinha adulta é geralmente muito
curta, apenas alguns meses que medeiam entre a a metamorfose primaveril
e os primeiros frios do Outono. Isto se exceptuarmos algumas
raras espécies cujos adultos conseguem hibernar. Os adultos imaturos
podem afastar-se bastante do ambiente aquático onde nasceram,
comportamento provavelmente relacionado com a procura de novos
territórios. Uma vez ultrapassada esta fase, que demora no máximo
umas 4 a 6 semanas, os insectos procuram de novo as ribeiras e
charcos onde terá lugar a reprodução.
Os orifícios externos do aparelho reprodutor situam-se, em
ambos os sexos, perto da extremidade do abdómen. Mas, vá-se lá
saber porquê, o órgão copulador dos machos está localizado bem
mais acima, já perto do tórax. Esta circunstância conduziu ao desenvolvimento de um estranho ritual de acasalamento. O macho começa por encurvar o abdómen para baixo de forma a fazer contactar o poro genital situado perto da extremidade com um reservatório seminal anexo ao órgão copulador, transferindo para aí os seus espermatozóides.
Por vezes, antes desta autêntica “auto-fecundação” o macho
já agarrou a fêmea atrás da cabeça utilizando para isso os apêndices terminais do abdómen. Esta sujeição da fêmea pelo macho pode prolongar-se por várias horas, em repouso ou em voo, até que finalmente a fêmea encurva também o seu abdómen até colocar a extremidade contra o órgão copulador masculino. Esta derradeira conjugação dos dois parceiros
em forma de coração dura apenas alguns minutos, o suficiente no entanto para assegurar a fecundação dos óvulos.
Nas libelinhas e nalgumas libélulas a postura é geralmente colocada no interior de plantas aquáticas, com a ajuda de um órgão especializado (ovipositor) que a fêmea possui perto da
extremidade do abdómen. Na maior parte das libélulas, no entanto, os ovos são simplesmente deixados cair sobre a água ou sobre a vegetação submersa mas a fêmea procura por vezes
mergulhar o abdómen dentro de água. Em muitas espécies, o macho mantém-se vigilante voando perto da fêmea e nalguns casos, especialmente nas libelinhas, não chega mesmo a libertá-la, mantendo-a agarrada pelo pescoço. Este comportamento terá a ver com a garantia de concretização
da postura e defesa contra outros machos que poderiam pô-la em causa."
In http://www.almargem.org
Já no séc. XXI, a Vodafone aparece com este anúncio, dos melhores para ilustrar aquilo a que uma tribo sul americana chama Jenuati.