...
Perdido no meio da multidão
Misturou-se
Gente gira e gente feia
Gente com pinta, Gente sem dentes
Gente com uma boca de arrepiar
Não pelo aspecto
Mas pelas barbaridades que delas saem
Bocas que cospem vaidades e odios
Bocas que salivam atrocidades
E, no entanto, bem pintadas
Com aparencia decente e bonita.
Voltou costas.
O ano representou uma vida
Envelheceu sem notar
Desapegou-se do mais importante
E confundiu-se no meio de gentes
Que nunca lhe disseram absolutamente nada
Quis voltar
Pensou que conseguia voltar
Voltou efectivamente
Aquele mundo inóspito
Para ele, naquele momento, era inóspito
Há muitos anos não o foi
Muito pelo contrario.
Mas hoje, está afundado no vazio de si próprio.
Vazio.