Quero escrever
Mas não sai nada
Quero viver
Mas vivo resguardada
Parece que a chuva que cai
Vem de longe e sem tréguas
Molha a terra, vem e vai
Como pequenas pérolas
Hoje li textos de tristeza
Lágrimas e mágoa no peito
Donde surgiu essa frieza
Para escrever com tal despeito?
Quedo-me aqui
Só e sozinha
Esperando por ti
Longe da cozinha
De bons temperos gosto
De queijos na tábua também,
Vinhos tintos e mosto
São prazeres que a vida tem
Estas quadras à desgarrada
Começam a não fazer sentido
É melhor não ficar agarrada
A vida que tenho vivido