Sabe lá.....
Djavan canta e encanta com a sua voz e particularmente com as suas letras.
O vento e as nuvens voltaram, pesarosas, cinzentas e húmidas....perto do mar cai uma leve maresia e o cheiro que paira no ar é acolhedor, apesar de frio. Dá vontade de ir ter com os amigos e conversar ou agarrar nos filhos e aninhá-los, ver um filme e comer pipocas. Salgadas.
Já tiveram a sensação de que o vosso discurso, numa conversa banal, é entendido duma maneira que em nada tem a ver com o que pretendem transmitir?
As metáforas, as analogias, os adjectivos, tudo o que é dito, resvala noutra direcção.
Torna-se um diálogo auto-comandado, ganha pernas e desata a dizer coisas que nem se pensou em falar e que não têm nada a ver com a ideia inicial.
A mim acontece-me quando estou insegura ou quando não quero desiludir o meu interlocutor. Tento sempre agarrar no que é dito e tirar algum sumo, para que não se sinta mal....às vezes abandono mesmo as minhas ideias, vontades, em prol do outro.
Neste preciso momento, já estou eu a contornar a conversa....não queria dizer nada disto.
E tenho a certeza que quem ler isto vai entender tudo errado.
Que grande confusão.
.......
O que eu quero dizer mesmo, é que ás vezes quero dizer uma determinada coisa e, tanto rodeio com analogias e metáforas, que acabo por levar a conversa noutra direcção.
E fico parva com a destreza com que a conversa é alimentada nessa outra direcção.
E fico fula comigo mesmo porque não digo aquilo que quero.
Por isso, é ouvir uma boa música com uma boa letra e interpretá-la cada um á sua maneira.
Usar da subjectividade de cada um.